1. Introdução

Breve descrição da unidade: Nesta unidade, aprenderá conceitos básicos sobre as alterações climáticas, especialmente no que diz respeito a questões quotidianas, como a qualidade do ar, a utilização de ar condicionado e tudo o que esteja relacionado com o facto de o mundo estar a enfrentar um aquecimento progressivo. Além disso, aprenderá a lidar com as alterações climáticas, refletindo sobre diferentes hábitos e certificando-se de que vê como ser reformado e ser ativo do ponto de vista ambiental são compatíveis!

Declaração de competências:

Reconhecer os principais temas relacionados com as alterações climáticas e factos ambientais, bem como descrever os principais conceitos de sustentabilidade. Reconhecer os principais benefícios da sustentabilidade e de um estilo de vida mais
saudável. Desenvolver uma abordagem crítica aos principais factos ambientais.

Resultados de aprendizagem:

  • Reconhecer a importância das alterações climáticas e os seus impactos no
    quotidiano
  • Navegar pela linguagem mais técnica relacionada com o ambiental
  • Conhecer as principais políticas ambientais da UE


Palavras-chave: alterações climáticas, ativismo ambiental, políticas da UE

Duração prevista: 6 horas

2. Alterações Climáticas

Na nossa vida quotidiana, vemos as grandes mudanças ou as notícias como algo que está muito longe de nós e do nosso quotidiano. No entanto, as alterações climáticas são algo de certa forma “invisível”, mas que acontece. Por exemplo, o aumento da temperatura nas nossas cidades? Ou as cheias que ocorrem nalguns momentos do ano? É nessas alturas que dizemos “as Primaveras e os Outonos já não são os mesmos!”. Este capítulo define os elementos essenciais das “alterações climáticas” e dos “factos ambientais” que podem ajudá-lo a navegar através de conceitos mais complexos e algo abstratos, fazendo a ponte entre o panorama geral do mundo e os seus hábitos quotidianos.

O que são as alterações climáticas? As alterações climáticas referem-se a alterações a longo prazo nas temperaturas e nos padrões climáticos. Estas alterações podem ser naturais ou humanas, sobretudo desde o século XIX, devido à queima de combustíveis fósseis (como o carvão, o petróleo e o gás). A nossa sociedade é alimentada principalmente por petróleo e gás, pelo que quando acendemos as luzes, carregamos o telemóvel, vemos televisão, conduzimos os nossos automóveis, etc., estamos de alguma forma a apoiar este sistema. As energias renováveis, ou seja, qualquer energia que provenha de fontes infinitas, como o vento, o sol ou as correntes de água, são uma minoria e estão distribuídas de forma desigual devido a limitações técnicas e tecnológicas na sua implementação.

Porque é que é tão importante conhecer as alterações climáticas? As mudanças de temperatura, os períodos de calor extremo, as inundações imprevistas, etc., têm um enorme impacto nos idosos, uma vez que estes são particularmente vulneráveis aos impactos das alterações climáticas, particularmente ao nível da saúde. Com envelhecimento, o nosso corpo é menos capaz de contrapesar os efeitos de certos riscos ambientais, como a poluição atmosférica ou as condições meteorológicas extremas, é fisicamente inapto de reagir prontamente, e é menos resistente a novas doenças (como a covid-19, por exemplo).

A boa notícia é que as alterações climáticas podem ser combatidas e podem ser “administradas” através de ações complementares entre os governos, as tecnologias e o trabalho quotidiano dos cidadãos. Neste sentido, ser “ambientalmente ativo” não significa apenas “sair à rua e protestar”, mas sim participar diariamente em pequenas e significativas ações que podem mudar substancialmente a forma como vemos o mundo, os nossos vizinhos, a nossa cidade ou bairro, etc.

 

Quais são os impactos atuais das alterações climáticas?

Os efeitos podem ser diversos e contrastantes. Algumas áreas do globo terão um clima mais ameno, outras sofrerão de frio glacial e outras serão inundadas, desaparecendo debaixo de água. As atuais espécies de plantas e animais estarão em perigo, o que trará impactos profundos no nosso quotidiano, na disponibilidade dos alimentos que apreciamos ou dos locais onde costumamos estar, por exemplo. Os efeitos não são limitados no tempo, pois as alterações climáticas possuem um risco geracional que ainda é difícil de prever. Certamente, tornarão o nosso mundo mais pobre, tornando a competição de recursos ainda mais complicada, especialmente para as gerações futuras.

Material prático

Bingo humano (Atividade 1)

Quão verde é?

Apresentação 

Atividades de reflexão

Lembra-se de alguma inundação mais extrema que ocorreu recentemente na sua zona? Quais foram os seus efeitos? Também se lembras de ocorrerem cheias no passado? Nota alguma diferença?

Consulte no Google ” temperature series” ou “evolução da temperatura” e tente verificar por si próprio como as temperaturas estão a mudar. O que é que acha?

3. Principais Termos da Ação Ambiental

Vejamos algumas terminologias básicas com que se vai deparar:

  • Sustentabilidade: é um termo frequentemente utilizado, que também se refere a “durabilidade”, “eco-compatível”, “renovável”, “verde”, “eco-sustentável”, etc. Gira em torno do tema central das ações responsáveis e conscientes para garantir um futuro melhor e mais duradouro para o nosso planeta.

 

  • Efeito de estufa: naturalmente, os gases na atmosfera retêm parte do calor do sol e criam uma temperatura ideal para a vida se desenvolver. No entanto, as emissões de gases dos automóveis, dos aparelhos elétricos, dos motores industriais, etc., amplificam este processo natural, provocando o aquecimento global e conduzindo a problemas como as alterações climáticas.

 

  • Energia não renovável: Esta é a energia que provém de fontes que não podemos produzir mais, como o petróleo e o carvão. Assim que os usamos, desaparecem. É o oposto da energia renovável, como a luz solar e o vento, com que podemos sempre contar por serem renováveis.

 

  • Greenwashing: Quando uma empresa diz que está a fazer coisas boas para o ambiente, mas, na verdade, não está a fazer nada de especial, e é tudo uma questão de marketing e comunicação. É como colocar um rótulo “verde” num produto que não é realmente amigo do ambiente.

 

  • Pegada de carbono: A sua pegada de carbono é a quantidade total de dióxido de carbono e outros gases com efeito de estufa que cria ao utilizar energia, como conduzir um carro ou utilizar eletricidade. Qualquer atividade de consumo de energia produz dióxido de carbono (quando respiramos, também o produzimos), e é por isso que a “pegada de carbono”. É uma forma de medir o quanto se está a contribuir para as alterações climáticas. Neste sentido, quanto mais usa o ar condicionado, se desloca de carro, carrega o telemóvel, vê televisão, etc., mais está a contribuir para uma maior pegada de carbono.

 

  • Lixo tecnológico: Trata-se de todos os aparelhos e dispositivos eletrónicos velhos, avariados ou não desejados que deitamos fora. É importante tratar os resíduos tecnológicos de forma responsável pois estes são potencialmente prejudiciais para o ambiente, especialmente devido às terras raras que contêm.

 

  • Terras raras: são um grupo especial de minerais que não podem ser encontrados em grandes quantidades no planeta. São essenciais para muitas tecnologias atuais, como o rádio, a televisão, os smartphones, os computadores e os computadores portáteis, bem como os veículos elétricos. Estão no centro das guerras silenciosas e dos esquemas de controlo das grandes potências, e fazem parte de trocas comerciais muito essenciais. É fundamental reciclar a nossa tecnologia e não a deitar fora de forma genérica, pois desta forma contribuímos para fazer reciclar estes minerais raros.

 

  • Biodiversidade: Biodiversidade significa a variedade de vida na Terra. É como ter muitos ingredientes diferentes numa receita – ter muitas plantas, animais e ecossistemas diferentes torna o planeta mais saudável e mais interessante.

 

  • Defesa do ambiente: É quando pessoas ou grupos trabalham para defender uma causa ambiental e se agrupam para exercer pressão e pedir o empenho dos cidadãos ou do governo numa questão específica. Podem fazer pressão para criar leis que protejam a natureza ou sensibilizar as pessoas para questões ambientais importantes.

 

  • Transição ecológica: este termo refere-se à mudança a um nível mais alargado, em que tudo, desde a produção, aos serviços, ao abastecimento de energia, etc., tem de se tornar mais amigo do ambiente. Esta transição também se refere às diferentes normas dos governos e departamentos sobre o assunto, especialmente na União Europeia.

 

  • Justiça intergeracional: depois de utilizar uma casa de banho, é importante mantê-la limpa e higiénica, pois gostaríamos que as pessoas a encontrassem em condições adequadas, tal como nós esperamos encontrá-la. Da mesma forma, não gostaríamos que os nossos netos encontrassem a Terra no futuro em piores condições do que nós a encontramos atualmente. Neste sentido, é fundamental tomar decisões e cuidar da Terra hoje, para que eles possam usufruir dela tanto quanto nós. Trata-se de ser justo e responsável, garantindo que o mundo é um bom lugar para as gerações futuras.

Material prático

“Cartões de sustentabilidade” (Atividade 2)

Quão verde é?

Atividades de reflexão

Pode explicar de que forma é sustentável? Consulte no Google uma plataforma de pegada de carbono para verificar a sua pegada atual.

4. Limitar o Impacto na União Europeia

O que torna as coisas menos preocupantes é o facto de não ser o único a ter estas perceções, mas a adoção de um estilo de vida mais sustentável faz parte da visão da União Europeia (UE). Nos últimos anos, um dos maiores e mais ambiciosos planos da UE é o Pacto Ecológico Europeu, um roteiro gigantesco que reúne diferentes objectivos em matéria de ambiente e questões sociais e que visa tornar a União Europeia “neutra em carbono” até 2050.

Por outras palavras, a abordagem consiste em fazer com que a riqueza económica deixe de estar dependente do consumo de combustíveis fósseis, como ainda acontece hoje em dia. Os principais objectivos são:

  • Pelo menos 55% menos emissões líquidas de gases com efeito de estufa até 2030, em comparação com os níveis de 1990
  • 3 mil milhões de árvores adicionais a plantar na UE até 2030

 

Este plano promove as energias limpas, enquanto promove tecnologias energeticamente mais eficientes. Por exemplo, é possível aquecer a casa sem gastar uma fortuna, apenas porque os materiais de construção podem tornar-se (e já são) mais “inteligentes” e por isso, retêm melhor o calor.

Em segundo lugar, a eliminação progressiva dos plásticos e a adoção de materiais orgânicos ou de materiais poliméricos alternativos derivados de vegetais são fundamentais para os planos da UE.

Em terceiro lugar, o apoio a transportes mais sustentáveis, através da promoção do ciclismo (ou bicicletas elétricas), dos veículos elétricos e dos transportes públicos. Estes são ainda um problema, especialmente em zonas mais remotas, onde outras estratégias poderiam ser adoptadas, como o transporte privado partilhado (como o carpooling), que poderia também reduzir as despesas de transporte.

Outro ponto-chave para um estilo de vida mais sustentável na UE é a estratégia “Do prado ao prato”, com regras mais rigorosas e um maior apoio à agricultura biológica e a métodos mais ecológicas para a colheita e o transporte de alimentos.

No que diz respeito à tecnologia, a União Europeia introduziu a lei “Direito à reparação” que altera completamente a abordagem aos bens tecnológicos. Basicamente, obriga os produtores a desenvolver soluções que tornem fácil e pouco dispendiosa a reparação de todos os artigos de uso comum (como aspiradores, ou em breve, tablets e smartphones), mesmo quando a garantia legal tiver expirado ou quando o artigo deixar de funcionar corretamente devido ao desgaste.

Desta forma, através de iniciativas universais e de muitos outros pormenores técnicos, é mais provável que os consumidores reparem em vez de comprarem novos produtos em caso de avaria. Certamente, isto é ótimo e tem um menor impacto económico nas pensões!

Atividades de reflexão

Verifique online a percentagem de consumo de energias renováveis no seu país. O que é que acha?

Acha que é possível tornar-se neutro em carbono? Porquê? Por que não?

5. Resumo do Módulo

6. Quiz

7. Leitura Complementar

Pacto Ecológico Europeu: Informações oficiais sobre o Pacto Ecológico Europeu da Comissão Europeia.

EU Science Hub: Canal de informação da União Europeia sobre informação científica

Cronologia: Ação climática europeia – YouTube

8. Referências

 

 

 

 

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